Emergências e Urgências Odontológicas – Introdução:
É de grande importância que o cirurgião-dentista saiba diferenciar quais casos se enquadram como emergências e quais caracterizam-se como urgências odontológicas.
Esta distinção entre estas duas situações é de extrema relevância.
Após o exame e avaliação clínicos e, se necessário, também radiográfico do paciente, o profissional deve estabelecer um correto diagnóstico.
A partir da conclusão quanto ao diagnóstico do problema que acomete o paciente, o profissional deve instituir a terapia adequada, de modo a diminuir ou eliminar o desconforto ou a dor do mesmo e, se for o caso, adotar medidas terapêuticas iminentes e radicais de modo a preservar sua vida.
Emergências Odontológicas:
Define-se emergências odontológicas como situações críticas, as quais potencializam o risco de morte.
Na odontologia, quando comparadas às urgências, os casos de emergências são menos frequentes e exigem atitude incisiva e imediata do profissional, a fim de evitar complicações maiores, as quais possam eventualmente comprometer a vida do paciente.
Infecções dentárias, por exemplo, podem espalhar-se pelas regiões anatômicas vizinhas, tais como a face e o pescoço.
Além disso, as infeções dos dentes podem, via corrente sanguínea, espalharem-se pelo organismo, atingindo e podendo afetar seriamente órgãos importantes à distância.
De acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO) englobam as seguintes situações:
- Sangramentos não controlados;
- Celulite ou infecções bacterianas difusas, com aumento de volume (edema) de localização intra ou extraoral, e potencial risco de comprometimento das vias aéreas;
- Traumatismo envolvendo os ossos da face, com potencial comprometimento das vias aéreas.
Urgências Odontológicas:
As urgências odontológicas são definidas como situações de desconforto, as quais determinam prioridade no atendimento, mas não potencializam risco de morte.
Durante o exercício diário da Odontologia, o cirurgião-dentista depara-se com uma enorme variedade de urgências que acometem a cavidade bucal.
Estas situações rotineiras exigem do mesmo conhecimento e experiência para identificar as causas dos mesmos e realizar o tratamento mais indicado.
Estes casos são muito comuns na odontologia, principalmente as situações que afetam o nervo dentário e podem provocar dores intensas e insuportáveis, entre outras.
De acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO) englobam as seguintes condições:
- Pulpite – dor aguda decorrente da inflamação da polpa;
- Pericoronarite ou dor relacionada a processos infecciosos envolvendo os terceiros molares retidos;
- Alveolite pós-operatória, controle ou aplicação medicamentosa local;
- Remoção de suturas;
- Abscessos (dentário ou periodontal) ou infecção bacteriana, resultando em dor localizada e edema;
- Fratura de dente, resultando em dor ou causando trauma do tecido mole bucal;
- Tratamento odontológico necessário prévio à procedimento médico crítico;
- Cimentação ou fixação de coroas ou próteses fixas se a restauração provisória ou definitiva estiver solta, perdida, quebrada ou estiver causando dor e/ou inflamação gengival;
- Biópsia de alterações anormais dos tecidos bucais;
- Ajuste ou reparo de próteses removíveis que estejam causando dor ou com a função mastigatória comprometida;
- Finalização ou troca de medicação intracanal com hidróxido de cálcio e selamento eficaz com material resistente à mastigação para tratamentos de canais já iniciados, evitando dessa forma que o prognóstico seja desfavorável;
- Cáries extensas ou restaurações com problemas que estejam causando dor;
- Necroses orais com dor e presença de secreção purulenta;
- Ajuste, troca ou remoção do arco ou dispositivo ortodôntico que estiver ulcerando a mucosa bucal;
- Mucosites orais com indicação de tratamento com laserterapia;
- Trauma dentário com avulsão ou luxação.
Biossegurança
É importante destacar, que conforme já sugerido pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) e pelos Conselhos Regionais, o atendimento à urgência e emergência odontológica deverá ocorrer em espaços individualizados (um atendimento por vez), evitando-se assim a transmissão de micro-organismos por meio de compartilhamento de espaços.
Além disso, os padrões de biossegurança devem ser utilizados para todos os pacientes, assumindo que qualquer pessoa está potencialmente infectada.
Dessa forma, as medidas de biossegurança devem ser rigorosamente seguidas pelos profissionais da odontologia.
Biossegurança, de forma bastante geral, é o conjunto de ações que devem ser tomadas por qualquer tipo de atividade que envolva riscos químicos, físicos ou biológicos, de forma a preservar a saúde dos envolvidos.
Essa proteção é principalmente focada em proteger contra doenças infecciosas, que são qualquer tipo de patologia causada pela transmissão de vírus, bactérias ou fungos, que podem passar de uma pessoa para outra.
No caso da odontologia, a biossegurança fica focada em procedimentos que devem ser seguidos dentro do consultório odontológico de forma a garantir a saúde e a segurança tanto do dentista e seus auxiliares, quanto do paciente – além de proteger também suas famílias e pessoas do convívio, que podem acabar sendo atingidas por contaminação indireta.
Esses procedimentos na odontologia envolvem estratégias de imunização e também a prevenção da exposição de dentistas, auxiliares e pacientes a materiais infecciosos. Tudo para garantir que o atendimento odontológico seja não apenas eficiente, mas também seguro para todos.