Xerostomia – Boca Seca:
Xerostomia ou boca seca é a definição que se dá ao ressecamento da boca provocado pela redução ou paralização do fluxo salivar.
Esta condição pode ser um sintoma temporário comum associado apenas à ingestão insuficiente de água ou ao fato da pessoa dormir com a boca aberta.
O ressecamento da cavidade bucal pode, por outro lado, ser causado por outras condições, tais como estresse, depressão, deficiências vitamínicas, ingestão de certos medicamentos (anti-depressivos, diuréticos e anti-hipertensivos), problemas respiratórios, hábitos nocivos de vida e pelo próprio processo fisiológico de envelhecimento.
A xerostomia também pode ser provocada por situações mais sérias, como certas doenças sistêmicas, tais como o diabetes, doenças auto-imunes e alterações hormonais, além da radioterapia das regiões da cabeça e do pescoço associadas ao tratamento do câncer.
Portanto, a conclusão é a de que para alguns indivíduos a xerostomia pode ser crônica e constante, o que causa sensação de grande incômodo e desconforto, pois além do ressecamento da boca, estas pessoas afetadas podem apresentar halitose (mau-hálito) e interferências no paladar, no ato da fala e da deglutição.
Além disso, a ausência ou insuficiência da saliva pode comprometer a saúde da cavidade oral, pois sua importância é vital no sentido de umedecer e proteger a mucosa oral com sua secreção e fluxo constantes.
Em condições normais, uma pessoa produz entre um litro a um litro e meio de saliva por dia.
Produzida e secretada pelas glândulas salivares diretamente na boca e composta basicamente pela água (99%), a saliva também contém componentes orgânicos e inorgânicos.
Os componentes orgânicos da saliva são enzimas, aminoácidos, proteínas, glicose e uréia.
Dentre seus componentes inorgânicos, pode-se citar: cloreto, bicarbonato, fosfato, iodeto, fluoreto, sódio, potássio e cálcio.
Em seu conjunto, todas estas substâncias, orgânicas e inorgânicas, protegem contra a invasão de vírus e controlam a proliferação exagerada das próprias bactérias orais.
Portanto, o fluxo salivar contínuo promove a lavagem constante da cavidade bucal, auxiliando na prevenção de doenças bucais em geral, tais como as cáries, as doenças gengivais e periodontais, incluindo também ação preventiva contra infecções do trato respiratório.
Além disso, a saliva também participa na processo de digestão, pois em sua composição existe uma enzima denominada amilase salivar, a qual atua na digestão do amido e do glicogênio contidos em vários tipos de alimentos.
O médico e o dentista devem investigar e determinar as causa que resulta na baixa produção de saliva.
O tratamento de xerostomia está diretamente correlacionado à causa desta disfunção, mas alguns princípios básicos são sempre recomendados, qualquer que seja o caso.
Deve-se aumentar o consumo diário de água (dois litros de água por dia), manter uma boa higiene bucal e evitar o fumo e a ingestão de cafeína, bebidas alcoólicas e alimentos condimentados ou que contenham muito açúcar.
Dependendo da causa da boca seca, deve-se prescrever medicamentos que estimulam a produção de saliva ou recorrer ao uso de saliva artificial em spray, gel ou gotas.
A saliva artificial é um líquido que reproduz a composição da saliva natural. Ela contêm sais minerais e substâncias hidratantes, capazes de proteger e hidratar os tecidos bucais.
Desta forma, pode-se restabelecer o metabolismo saudável da cavidade bucal.
Finalmente, outros sintomas que relacionam-se à xerostomia são: garganta seca, dificuldade de mastigar, sensação de queimação, língua seca, lábios trincados, feridas na boca, além do aumento do número de cáries e do aparecimento de inflamações gengivais.