Diferenças - Limpeza e Raspagem Dentárias

Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias – Introdução:

Limpeza e raspagem dos dentes são terapias distintas e não devem ser confundidas, o que infelizmente acontece com frequência e pode acarretar perdas dentárias. Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias.

BOCA SAUDÁVEL

Os dentistas devem explicar aos seus pacientes sobre qual destas duas formas de tratamento se aplica aos seus casos individuais.

Os pacientes também devem entender o porquê da opção terapêutica escolhida pelos profissionais.

A omissão destas explicações pode tornar difícil ou impossível a manutenção e preservação da saúde bucal desses pacientes.

Limpeza e raspagem dentárias têm, até um certo ponto, um objetivo em comum: manter a saúde dos dentes e das gengivas, por meio da remoção da placa bacteriana (massa de bactérias) e do tártaro dental (placa bacteriana endurecida) que se aderem às superfícies dentárias.

Contudo, a plena compreensão das pessoas leigas quanto às diferenças destas técnicas terapêuticas, assim como quanto às diferentes situações que definem a indicação de uma ou de outra, depende de conhecimentos básicos sobre as bactérias que habitam a cavidade oral e dos mecanismos através dos quais elas podem afetar drasticamente a saúde dos dentes e das gengivas.

Diferenças - Limpeza e Raspagem Dentárias Zona Sul SP

BACTÉRIAS BUCAIS

Novas técnicas e pesquisas detectaram a presença de mais de 700 espécies diferentes de bactérias vivendo em regime comunitário na boca dos seres humanos.

Algumas espécies que habitam a cavidade bucal mostram predileção por determinadas regiões da boca.

Algumas preferem colonizar a superfície da língua, enquanto outras priorizam acumularem-se sobre outras superfícies, tais como as gengivais e dentárias.

Necessário informar que as bactérias bucais aderem-se diária e ininterruptamente à quaisquer superfícies dos dentes, mas têm predileção por aquelas situadas entre dentes vizinhos ou por outras localizadas próximas às margens gengivais.

A placa bacteriana, portanto, é definida como uma crosta ou massa mole e pegajosa, invisível, composta por milhões de bactérias bucais, a qual que se forma continuamente sobre as superfícies dos dentes.

Não se deve confundir a placa com restos alimentares.

Após a formação da placa, suas bactérias iniciam a produção de substâncias tóxicas que causarão doenças nos dentes e nas gengivas, as quais poderão resultar em perdas dentárias.

Diferenças - Limpeza e Raspagem Dentárias Zona Sul SP

PLACA BACTERIANA

Torna-se evidente que a formação da placa bacteriana sobre os dentes é constante e inevitável.

A conclusão é que a saúde dos dentes e das gengivas somente pode ser mantida por meio da eliminação desta placa dos dentes, também de forma contínua e diária.

Este objetivo depende exclusivamente da realização de uma adequada e minuciosa higienização bucal caseira.

Infelizmente, esta situação não é, nem de longe, condizente com a realidade, pois a maioria das pessoas não pratica essa higienização diária ideal, seja por negligência, seja por desconhecimento das técnicas corretas de escovação e de uso do fio dental.

Por isso, a limpeza e a raspagem profissional dos dentes devem ser realizadas periodicamente, a fim de minimizar os efeitos nocivos resultante das falhas diárias cometidas durante a higiene bucal caseira.

A placa bacteriana é, portanto, considerada a grande inimiga da saúde bucal, pois, caso não seja removida diariamente dos dentes, produzirá substâncias tóxicas que resultarão no aparecimento da cárie dentária e da doença periodontal.

Estas duas doenças são as grandes causadoras das perdas dentárias, respondendo pela perda de quantidades incalculáveis de dentes entre pessoas ao redor de todo o planeta.

Diferenças - Limpeza e Raspagem Dentárias Zona Sul SP

TÁRTARO DENTAL

O tártaro dental, também conhecido como cálculo dental, surge em função da calcificação (endurecimento) da placa bacteriana que permaneceu aderida aos dentes, como resultado da higiene bucal precária.

O tempo necessário para a transformação da placa em tártaro é variável, pois depende das condições metabólicas bucais de cada pessoa, como, por exemplo, o ph da saliva.

O tártaro, na realidade, infelizmente é formado a partir da deposição dos minerais existentes na própria saliva, como o cálcio e o fosfato (importantes na proteção do esmalte dental) sobre a massa mole da placa bacteriana.

A superfície porosa e áspera do tártaro é um excelente meio para o acúmulo e proliferação de mais bactérias, resultando na formação de quantidades adicionais de placa bacteriana e numa agressão muito maior aos dentes e gengivas.

Importante: enquanto a placa dental apresenta textura amolecida e, portanto, pode ser eliminada dos dentes pelo paciente através da higienização caseira, o tártaro, por conta de sua dureza, somente pode ser removido das superfícies dentárias através da atuação do dentista.

A cárie é o resultado da destruição progressiva dos tecidos calcificados dos dentes por potentes ácidos produzidos pelas bactérias da placa.

CÁRIES DENTÁRIAS

Estes ácidos são fabricados pelas bactérias, principalmente, a partir da metabolização do açúcar advindo da alimentação, o qual resta dissolvido no meio bucal.

Os ácidos bacterianos promovem, num primeiro momento a corrosão da camada externa protetora do dente, o esmalte dental.

Após ultrapassar o esmalte, estas substâncias iniciam a destruição da camada interna do dente, a dentina, provocando sensibilidade dolorosa.

Após ultrapassar a dentina, o nervo dental é atingido e infectado, implicando na necessidade do tratamento de canal e posterior restauração.

Se estes procedimentos não forem realizados em tempo, o resultado será a perda dental, pois ocorrerá a gradual fragmentação e destruição completa dos tecidos calcificados do dente afetado, incluindo os tecidos mineralizados de sua raíz.

Anatomia Dental

ANATOMIA DENTAL

A doença periodontal é uma infecção caracterizada pela progressiva invasão das bactérias na intimidade das estruturas anatômicas responsáveis pela proteção e fixação dos dentes no interior dos ossos maxilares.

Estas estruturas, em seu conjunto, são denominadas periodonto.

O periodonto, portanto, é representado principalmente pela gengiva, pelo osso de suporte das raízes dentárias e pelo ligamento periodontal.

O ligamento periodontal é um tecido fibroso e elástico que une às raízes dos dentes às cavidades dos ossos maxilares dentro das quais estão fixadas (alvéolos dentários), impedindo o atrito entre estas durante o processo de mastigação.

A doença periodontal apresenta duas fases que se distinguem clínica e radiograficamente.

FASE DE GENGIVITE

DOENÇA PERIODONTAL – FASE DE GENGIVITE

Num primeiro momento (fase reversível – fase de gengivite), toxinas bacterianas elaboradas pela placa dental causam uma inflamação que se restringe apenas à margem da gengiva.

A gengiva inflamada torna-se inchada, flácida, avermelhada ou arroxeada, passando a sangrar facilmente diante do contato da escova e do fio dental.

A cura da gengivite pode ser facilmente alcançada.

Contudo, se abandonada sem tratamento, a gengivite se agrava e as bactérias da placa promovem o descolamento da gengiva da superfície da raiz dentária à qual estava aderida, resultando no aparecimento de um espaço altamente nocivo entre as mesmas, a bolsa periodontal.

PERIODONTITE

DOENÇA PERIODONTAL – FASE DE PERIODONTITE

A formação da bolsa periodontal permite que estas bactérias entrem em contato com o osso de suporte das raízes dentárias, anatomicamente situado por baixo da gengiva.

A partir deste momento, inicia-se produção de poderosas toxinas bacterianas, as quais promovem a progressiva destruição do osso de sustentação dos dentes (fase irreversível – fase de periodontite).

A fase de periodontite não pode ser curada, mas pode ser controlada e estabilizada.

Os dentes, uma vez desprovidos de seu suporte ósseo, tendem a tornar-se, com o passar do tempo, abalados, amolecidos e condenados à extrações.

 

Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias – Indicações:

De modo abrangente, também didático, mas principalmente com base em sinais e sintomas clínicos, pode-se afirmar, sem qualquer dúvida que a opção pela realização da limpeza ou da raspagem dos dentes depende do nível de gravidade da doença periodontal.

PROFILAXIA DENTAL

LIMPEZA DENTÁRIA

O procedimento de limpeza dentária está indicado para o tratamento da fase de gengivite da doença periodontal, em associação com a orientação do paciente sobre as técnicas corretas de higiene bucal,

Limpezas dentárias não necessitam do uso de anestésicos, requerem uma única consulta para sua realização e podem ser realizadas pelo Clínico Geral.

Inicia-se com a aplicação de um jato pressurizado e veloz sobre os dentes, composto de ar, água e bicarbonato de sódio.

Este potente jato é plenamente capaz de remover a placa dental e também as manchas que impregnam as superfícies dentárias externas, tais como aquelas adquiridas pelo consumo de alimentos muito pigmentados (uva, açaí) ou por hábitos nocivos, tais como o tabagismo ou o consumo excessivo de café.

Em seguida é promovida, por meio da raspagem, a eliminação do tártaro mais superficial aderido aos dentes (tártaro supra-gengival), localizado acima ou ao nível da margem gengival (raspagem supra-gengival).

Conclui-se, portanto, que a raspagem dentária, em níveis mais sutis e superficiais, é parte integrante e complementar do procedimento da limpeza dentária.

O procedimento de raspagem propriamente dito, por outro lado, está indicado para o controle da fase de periodontite da doença periodontal, uma vez que sua cura não pode ser alcançada.

Diferenças - Limpeza e Raspagem Dentárias Zona Sul SP

REABSORÇÃO ÓSSEA – RX

A fase de periodontite é subdividida em três diferentes níveis, conforme o grau de destruição das estruturas periodontais, especialmente do osso de suporte dos dentes (reabsorção óssea): leve, moderada e avançada.

A raspagem, como terapia, nesta fase grave da doença periodontal, agora se distingue e se separa da limpeza dentária.

Isto porque a raspagem, a partir deste momento, tem objetivo muito mais difícil.

Sua finalidade, ora em diante, será a de remover o tártaro e a placa bacteriana que estão localizados profundamente no interior das bolsas periodontais e intimamente aderidos às superfícies das raízes dos dentes, o que dificulta muito o acesso dos instrumentos raspadores.

BOLSA PERIODONTAL

BOLSA PERIODONTAL – LADO-ESQUERDO

Vale ressaltar o conceito já definido de bolsas periodontais: são espaços nocivos criados a partir dos descolamentos das gengivas das superfícies da raízes dentárias, promovidos por toxinas bacterianas.

Essas bolsas literalmente “abrigam e escondem” os agentes que destroem a porção óssea vital do periodonto (a placa bacteriana e o tártaro, agora denominados sub-gengivais).

A realização da raspagem como tratamento da fase de periodontite é muito mais difícil de ser conduzida e também mais invasiva, se comparada àquela realizada durante a limpeza dentária.

Portanto, necessita do emprego de potentes anestésicos para sua realização, requer entre 04 a 06 consultas, assim como necessita da atuação hábil de um especialista  (Periodontista).

A raspagem pode ser realizada por meio de raspadores manuais, por meio do uso do raspador ultrassônico ou de forma conjugada, utilizando-se ambos os equipamentos.

Não importando o tipo de raspador utilizado, as raspagens profundas do periodonto afetado jamais deveriam ser realizada sem o emprego de anestésicos, pois a dor seria insuportável para o paciente.

Além disso, o periodontista não conseguiria realizar um bom trabalho, pois, sem a prévia anestesia da área a ser tratada, o extremo desconforto e a intensa sensibilidade dolorosa do paciente seriam fatores limitantes.

RASPAGEM DENTÁRIA MANUAL

RASPADOR MANUAL

A raspagem manual tem as desvantagens de exigir grande habilidade do profissional, causar mais desconforto ao paciente e demandar tempo maior para sua execução.

Por outro lado, o raspador manual é capaz de promover um certo alisamento das raízes dentárias. Desta forma, teoricamente, ficaria dificultada uma nova aderência bacteriana às superfícies dentárias raspadas.

O raspador ultra-sônico, por sua vez, á mais fácil de ser manuseado, proporciona maior conforto ao paciente, promove muito melhor acesso para uma boa raspagem de áreas de difícil acesso e exige menos tempo para sua realização.

Porém, existe a alegação de que o raspador ultra-sônico não tem a capacidade de alisar as raízes dos dentes e que isso seria um problema relevante no tratamento da periodontite.

RASPADOR ULTRASÔNICO

RASPADOR ULTRASÔNICO

Na realidade, a experiência clínica tem demonstrado sucessivamente que, apesar do raspador ultrassônico não promover o alisamento das superfícies das raízes, este jamais deveria ser motivo para que seu uso seja descartado.

O que realmente importa é que a despeito do nível de alisamento radicular conquistado pós-raspagem, a qualidade da higiene bucal diária praticada pelo paciente será o verdadeiro diferencial para a manutenção das superfícies das raízes dentárias isentas de placa e saudáveis.

Importante ressaltar que, em alguns casos, após a raspagem completa das superfícies dentárias, pode ser necessária, em algumas áreas isoladas ou em ambas arcadas dentárias completas, uma raspagem complementar cirúrgica.

Esta raspagem é realizada em conjunto com a cirurgia periodontal.

A cirurgia periodontal expõe, por meio do descolamento intencional da gengiva dos dentes pelo profissional, as raízes dentárias que permanecem contaminadas por placa e tártaro, as quais não foram acessíveis à raspagem convencional.

Deste modo, a exposição total das raízes permite ao especialista plena visualização dessas áreas, o que lhe oferece e muito melhores condições de acesso para uma perfeita raspagem.

As dificuldades de acesso à raspagem convencional (não cirúrgica), apresentadas por algumas raízes, explica-se pelo fato de estarem associadas à bolsas periodontais muito profundas ou por conta de exibirem anatomias complexas.

Estas características indesejáveis impossibilitam suas corretas manipulações pelos raspadores.

Regiões inacessíveis à raspagem restariam contaminadas pela placa dental e pelo tártaro, resultando na continuidade da periodontite e impedindo sua estabilização e seu controle.

Portanto, nestes casos, a indicação da cirurgia periodontal complementar, visando um melhor acesso dos raspadores a estas áreas, é necessária e justificada.

 

Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias – Higiene Bucal:

É importante frisar que, a despeito do tipo de terapia empregada, limpeza ou raspagem dos dentes, assim como à parte da fase e do nível de gravidade da doença periodontal, a orientação profissional do paciente quanto aos equipamentos e técnicas a serem empregados durante a higienização caseira é de máxima importância.

Limpezas e raspagens dentárias, quando realizados em tempo, promovem resultados bastante eficazes no sentido de devolver a saúde aos tecidos periodontais.

A eventual falha do periodontista quanto à sua obrigação de orientar seu paciente sobre como realizar a correta higiene bucal de rotina, compromete os resultados conquistados no tratamento da periodontite, oferecendo condições ao rápido  retorno desta desagradável doença.

Da mesma forma, a negligência do paciente quanto à pratica da correta higienização diária de boca após a raspagem, promoverá, da mesma forma, a recidiva da doença e a perda da saúde periodontal.

HIGIENIZAÇÃO BUCAL CASEIRA

HIGIENIZAÇÃO BUCAL CASEIRA

A escova, o fio ou fita dental, as escovas interdentais e outros equipamentos disponíveis para a higienização bucal devem ser perfeita e diariamente utilizados, principalmente pelos pacientes portadores de periodontite.

A placa dental deve ser diariamente removida dos dentes e das margens e sulcos gengivais por meio de uma minuciosa higiene bucal caseira.

Isto porque pesquisas mostram que a placa bacteriana volta a se aderir sobre superfícies dentárias e sobre margens gengivais que foram limpas e que estão isentas de placa, pela atuação profissional, em cerca de 24 hs.

O tártaro dental, por sua vez, a placa não for correta e diariamente removida pela higiene bucal, lamentavelmente, irá se formar novamente, dependendo do metabolismo bucal do paciente, em período tão curto quanto cerca de 7 a10 dias após sua remoção pela raspagem.

Caso isto aconteça, a doença periodontal reinicia, de imediato, seu ciclo de progressiva destruição das estruturas anatômicas do periodonto.

A conclusão é a de que a manutenção da saúde bucal, ou seja, impedir o aparecimento de novas cáries dentárias e evitar o retorno da doença periodontal, depende demais da colaboração constante do paciente.

Pacientes com altas taxas de formação de placa bacteriana e, principalmente, de tártaro dental, deveriam realizar uma higiene bucal caseira diária impecável, além de comparecer em intervalos de tempo muito menores do que a média ao consultório do profissional para as consultas de manutenção e controle.

Durante estas consultas, o especialista determinará a necessidade de realização ou não de uma nova limpeza dentária ou da repetição das sessões de raspagens dos dentes.

Diferenças - Limpeza e Raspagem Dentárias

Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias,

Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias Zona Sul,

Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias Zona Sul SP,

Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias Av. Yervant Kissajikian,

Diferenças – Limpeza e Raspagem Dentárias Zona Sul Interlagos