Dentes do Siso – Introdução:
Os dentes do siso ou terceiros molares são os últimos dentes a erupcionar nas arcadas dentárias.
DENTES DO SISO
Como os dentes do siso geralmente nascem por volta dos 17 aos 21 anos, são popularmente conhecidos também como “dentes do juízo”, em razão da maturidade natural das pessoas que se dá neste período da vida.
Muitos pesquisadores, apesar de controvérsias, entendem que estes dentes estão desaparecendo da espécie humana e que, ao longo do tempo, deverão estar extintos.
Em apoio a esta teoria cita-se o fato de que muitas pessoas possuem apenas alguns dentes do siso ou mesmo nenhum deles, além do fato de que muitos nascem atrofiados ou deformados.
Contudo, a maioria das pessoas ainda apresenta 4 dentes do siso, sendo 2 superiores e 2 inferiores, os quais localizam-se atrás de de todos os outros dentes, na região do término das arcadas dentárias.
A Teoria da Evolução proposta por Charles Darwin permite entender o porquê que muitas espécies, inclusive a espécie humana, sofre alterações em seus organismos ao longo do tempo.
DENTE DO SISO MAL POSICIONADO E ATROFIADO
Estas alterações, segundo esta teoria, relacionam-se à adaptações dos seres vivos às condições do ambiente em que vivem, de modo que possam sobreviver em melhores condições e prosperar.
No corpo humano, este fenômeno de adaptação pode ser observado considerando-se que alguns de nossos órgãos e estruturas que foram úteis aos nossos antepassados, atualmente perderam sua função e, consequentemente, sua razão de existir.
Estes órgãos são denominados de vestigiais, pois foram desaparecendo ou estão em processo de atrofia ao longo do tempo.
Estão incluídos neste grupo o cóccix (osso localizado na porção final da coluna vertebral), o apêndice (situado no intestino) e, na cavidade bucal, o dente do siso.
A alteração dos hábitos alimentares ao longo da evolução da espécie humana, poderia explicar o processo de desparecimento gradual dos sisos, na opinião dos cientistas que apoiam esta tese.
Nossos antepassados dependiam de uma dentição mais potente em função dos maiores esforços mastigatórios exigidos por conta dos alimentos que dispunham: folhas, raízes, frutas e carnes.
Atualmente, o homem tem uma dieta mais pastosa e composta por alimentos mais macios e fáceis de mastigar, tornando a presença dos sisos “desnecessária”.
Entretanto, há que se destacar que a maioria destes dentes não consegue erupcionar de forma adequada em razão da falta de espaço.
Este espaço insuficiente é atribuído à redução progressiva que ocorreu no tamanho dos ossos maxilares da espécie humana (maxila e mandíbula) ao longo dos séculos, processo considerado como evolução (adaptação às mudanças progressivas das condições oferecidas pelo meio ambiente aos seres vivos).
.
Dentes do Siso Inclusos e Semi-Inclusos:
Dentes do siso inclusos e semi-Inclusos são aqueles que não conseguem irromper na cavidade bucal ou que o fazem de forma parcial;
DENTE DO SISO SEMI-INCLUSO
Sisos inclusos estão totalmente retidos no interior dos ossos e das gengivas que os recobrem, enquanto sisos semi-inclusos estão apenas parcialmente retidos no interior destes tecidos.
Esta dificuldade dos sisos em erupcionar adequadamente, conforme foi citado anteriormente, é geralmente resultado da falta de espaço nas arcadas dentárias.
Como resultado, os sisos ou não erupcionam (inclusos) ou o fazem de forma parcial e inadequada (semi-inclusos), passando a ocupar posições desfavoráveis e exercer pressões nocivas sobre os dentes vizinhos.
Estas situações acabam por causar sérios danos aos elementos dentários vizinhos, provocar prejuízos a dentes distantes, lesões aos ossos maxilares dentro dos quais estão inseridos e infecções nos tecidos moles que os circundam.
DENTE DO SISO INCLUSO
Nestes casos, cirurgias para remoção destes sisos devem ser indicadas.
Previamente às cirurgias, devem ser procedidas avaliações radiográficas (radiografia panorâmica e tomografias).
Esses exames ajudam o profissional a determinar suas exatas localizações no interior dos ossos maxilares, seus graus de inclinações (vertical ou horizontal), tamanho, número e curvatura de suas raízes e suas proximidades com estruturas anatômicas vizinhas.
A falta de planejamento destas cirurgias podem gerar graves complicações durante o ato cirúrgico e no pós-operatório, tais como hemorragias e fraturas nos ossos maxilares.
Dentes do Siso – Situações Favoráveis à sua Permanência na Boca:
Dentes do siso podem permanecer na boca desde que estejam completamente erupcionados e adequadamente posicionados nas arcadas dentárias.
Nestas condições suas extrações são desnecessárias, pois não criarão dificuldades para o alinhamento dos demais dentes e não causarão danos ao dente vizinho ou alterações patológicas na cavidade bucal.
Contudo, deve-se considerar suas extrações quando os acessos para a higiene bucal de sisos favoravelmente erupcionados tornam-se difíceis.
Estas situações decorrem das posições muito posteriores que ocupam na boca, dificultando o pleno acesso da escova e do fio dental e culminando com o inevitável aparecimento de cáries e inflamações gengivais.
.
Dentes do Siso – Indicações para Extração:
Conforme pode-se concluir, a maioria das indicações para extrações dos dentes do siso, principalmente inclusos e semi-inclusos, são resultados dos problemas bucais que causam pela ausência de espaço suficiente para suas erupções adequadas:
1) Reabsorção da raiz do dente vizinho por compressão;
2) Cáries e inflamações gengivais no dente vizinho;
3) Infecções dos tecidos moles que recobrem parcialmente os sisos semi-inclusos (pericoronarites);
4) Mordedura frequente da bochechas;
5) Interferência no alinhamento dos demais dentes;
6) Impacção de alimentos resultantes em abscessos gengivais;
7) Mau-hálito por conta do difícil acesso para higienização;
8) Necessidade de obter de espaço para tratamento ortodôntico;
9) impossibilidade de tratar seu canal, nos casos em que a anatomia de suas raízes são complexas;
10) Possibilidade de surgimento de cistos e tumores.
